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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Bíblia


Bíblia

Como ler a Bíblia?

O Segundo Concílio do Vaticano nos recomenda muito a leitura da Bíblia. Lembra até uma frase de São Jerônimo: "Quem não conhece as Escrituras, não conhece Cristo". Logo a seguir o Concílio diz: "Lembrem-se de que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada pela oração para que se estabeleça o diálogo entre Deus e o homem. Como diz Santo Ambrósio, lendo a Escritura, nós ouvimos Deus; pela oração, nós lhe falamos.

1. Para uma leitura proveitosa da Bíblia é preciso ter algumas noções básicas, algumas informações sobre o ambiente em que foi escrita, sobre o seu estilo etc. Foi isso que tentamos ver até agora, de um modo muito simples e superficial, é claro.

2. O mais importante, porém, é termos uma atitude correta diante da Bíblia: uma atitude de fé. Em primeiro lugar, temos de acreditar que a Bíblia é para nós a palavra de Deus. Quem se aproximar sem essa convicção, poderá satisfazer sua curiosidade, poderá encontrar beleza literária, poderá até se tornar um "especialista. Não encontrará, porém, o alimento da palavra que salva. Essa atitude de fé, essa atitude de quem acredita, exige que aceitemos a Bíblia como palavra de Deus recebida na Igreja, nossa comunidade de fé e de vida. Precisamos ler a Bíblia com a Igreja para ouvirmos realmente a palavra de Deus.

3. Pela fé, somos levados à docilidade, à atitude de quem está disposto a ser ensinado, de quem quer ouvir e aprender. Docilidade que é "abertura" para as coisas divinas, que devem ser julgadas e compreendidas de uma forma diferente da compreensão e do julgamento que temos para com as coisas humanas. Essa compreensão superior só nos é possível sob a iluminação da graça de Deus. Do poder de Deus que nos dá uma "co-naturalidade", uma sintonia com as realidades divinas. Como disse Jesus, só o homem pode compreender o que existe no coração do homem. Do mesmo modo, só podemos compreender o que há no coração de Deus na medida em que, pela graça, participamos de algum modo da natureza do próprio Deus. Isso quer dizer que, para podermos compreender a Bíblia, devemos estar participando da vida divina pela graça. O pecado, que nos separa de Deus, fecha-nos também os olhos para a compreensão das coisas divinas.

4. Sendo assim, é fácil perceber que a nossa leitura da Bíblia deve ser uma "oração". Em vários sentidos. A começar pela oração de quem pede a Deus que nos fale e que nos abra o coração. De quem insiste na prece diante de uma passagem mais obscura ou que nos parece encerrar uma mensagem mais rica do que percebemos à primeira vista. Prece de quem se sente sem forças para aceitar a exigência de certos convites ou mesmo de certos mandamentos e normas. Oração de louvor, ao percebemos a grandeza de Deus, do seu amor, da sua bondade, da sua misericórdia. É claro que essa atitude de oração exige que a nossa leitura seja
calma, vagarosa, tranqüila, ouvindo, saboreando, assimilando. Afinal, o importante não é ler muito, mas ler bem.

5. Sim, porque devemos ler a Bíblia não apenas para saber, mas para viver. Para aos poucos começarmos a ser como Deus quer que sejamos. Para irmos assimilando a sua maneira de pensar, julgar e querer. Essa mudança em nossa vida, geralmente, não acontece de repente, nem toda de uma vez. Supõe um contato demorado, repetido e continuado com a Palavra de Deus. E, uma vez que a nossa vida não é sempre igual, será preciso sabermos procurar na Bíblia a orientação apropriada para cada situação que estivermos vivendo no momento. Tomando sempre o cuidado, nunca é demais repetir, de não obrigarmos a Bíblia a
dizer o que queremos ouvir.
6. Não é só a nossa vida pessoal e "religiosa" que devemos pôr em julgamento diante da palavra de Deus. É toda a nossa vida, em toda a sua complexidade e em todos os seus aspectos, mesmo aqueles que nada têm a ver com "religião". É toda a vida da sociedade que devemos tentar compreender e julgar à luz da Bíblia: a política e a economia, as relações de trabalho, a comunicação, a arte, o lazer, toda a realidade humana, afinal. Do presente e do passado, tentando ainda encontrar rumos para o futuro.

  7. Levando em conta que a Bíblia se formou por inspiração de Deus, mas ao mesmo tempo se formou no contexto da vida de uma comunidade o povo judeu e depois a Igreja , uma boa leitura da Bíblia supõe um contato contínuo com essa mesma comunidade. Primeiro pela participação na sua vida e na sua atividade. Depois, por um intercâmbio de experiência, esclarecimento, anseios e preocupações. Pela procura de irmãos mais esclarecidos ou mais experientes que nos esclareçam e resolvam nossas possíveis dúvidas. Exatamente aí está a grande utilidade dos "Círculos Bíblicos" e de outros grupos semelhantes para a leitura e a reflexão sobre a Bíblia. E sempre que possível, ou necessário, podemos encontrar um auxílio muito grande nos jornais, revistas, livros, pregações, cursos e programas de rádio oferecidos pela nossa comunidade.

As páginas que você leu não terão sido inúteis, se você agora se sentir animado a procurar maiores esclarecimentos e, principalmente, se sentir animado a um contato continuado com a Bíblia, a Palavra de Deus encarnada em pobres palavras humanas.




Bíblia


Introdução


Você já ouviu falar muito sobre a Bíblia. Durante as missas já ouviu ler muitos textos da Bíblia. Talvez tenha sido esse seu primeiro contato com esse livro misterioso.

Afinal você resolveu adquirir uma Bíblia ou, quem sabe, você a recebeu de presente. E agora, aí está na sua frente esse livro. É bastante grosso, a capa é mais bonita, com as letras douradas: BÍBLIA SAGRADA. Você abre a primeira página e não encontra o nome do autor como está acostumado a ver nos outros livros. Logomais abaixo do título está escrito: "Tradução dos originais hebraicos, aramaicos e gregos.... Ao pé da página, você encontra, como nos outros livros, a indicação da cidade onde foi impresso e o ano da edição. Você está diante da Bíblia.

É interessante compreender que se tem uma impressão de estar diante de uma aventura, diante de uma porta misteriosa que nos abre mundos novos e fascinantes. Essa impressão é mais forte ainda diante da Bíblia. Parece que o mistério é maior ainda. Sabemos que é um livro escrito há muito e muito tempo. É um livro que sempre tivemos em grande consideração, apesar de não o conhecermos diretamente. O primeiro pensamento que nos vem é a pergunta: será que vou conseguir entender? Chegamos a ter mesmo um pouco de receio ao começar a leitura.

Mas, em geral, não começamos imediatamente a leitura... Primeiro folheamos as páginas ao acaso. E logo começamos a encontrar palavras e títulos estranhos: Gênesis, Êxodo, Levítico, Primeiro Livro dos Reis, Jó, Salmos, Sofonias, Apocalipse... Lemos uma frase aqui, outra ali. São frases num estilo, num modo de falar que nos parece muito diferente de tudo quanto estamos acostumados a ouvir.

E mais. Até o próprio índice desse livro chamado "Bíblia" é interessante. Notamos logo duas grandes divisões: "Antigo Testamento" e "Novo Testamento. Para nós, "testamento" é um papel deixado por uma pessoa, determinando como deve ser feita a partilha da herança.

O que vem a ser, então, "Novo Testamento? Interessante também é ver que esse livro estranho está dividido em muitos outros livros": Livro do Gênesis, Livro do Êxodo, Livro da Sabedoria... Não há dúvida. Estamos diante de um "livro" diferente dos outros.

Enquanto vamos fazendo assim uma leitura rápida e salteada, vão nascendo outras perguntas mais. Como é que esse livro chegou até nós? Quando foi que apareceu? Quem escreveu? Por que a linguagem desse livro parece assim tão difícil e diferente? O que quer dizer que a Bíblia é a palavra de Deus para nós, como você já ouviu dizer tantas vezes? Será que Deus escreveu pessoalmente esse livro? Será que foi ditando as palavras para que alguém as escrevesse? Bíblia. Por que será que esse livro se chama "BÍBLIA"?

Quando começamos de fato a ler a Bíblia, então sim, é que as perguntas vão ficando cada vez mais numerosas. Se a gente, por exemplo, começa a ler o Livro do Gênesis, encontra logo a história da criação do mundo em sete dias, a criação do homem feito de barro, a mulher feita de uma costela de Adão. Vêm depois a história do dilúvio e muitas outras, onde aparecem Abraão, lsaac, Sodoma e Gomorra, os filhos de Jacó. Encontramos até mesmo algumas histórias que nos parecem quase escandalosas. O que significam essas histórias? como compreendê-las? que importância elas têm para nós? será que o mundo foi mesmo criado em sete dias?

Acho que você, depois de ter assim folheado a Bíblia, já percebeu e sentiu a necessidade de uma introdução que nos ajude a compreender esse livro. Sem uma introdução, é quase certo que vamos abandonar a sua leitura, principalmente a leitura da primeira parte, chamada "Antigo Testamento. Ou, se continuarmos a leitura, haverá o perigo de formarmos uma infinidade de idéias falsas.

É sempre difícil a gente ler um livro antigo. E nem precisa ser tão antigo assim. Se tomamos um livro escrito há uns cem anos atrás, já vamos notar um modo de pensar e de falar totalmente diferente do nosso. É só lembrar as dificuldades dos estudantes quando começam a ler as poesias de Camões e outras obras escritas em português antigo. E a Bíblia é muito mais antiga e foi escrita num ambiente muito mais diferente do nosso.

Justamente para ajudá-lo no seu primeiro contato com a Bíblia é que foram escritas estas páginas. Não pretendo dar a interpretação desta ou daquela passagem da Bíblia. Vou tentar uma introdução geral, uma explicação que facilite a interpretação e a compreensão de todo o livro, uma resposta pelo menos a algumas de suas perguntas.


 

 







O Filho Pródigo


Um homem tinha dois filhos.   O mais jovem disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu  os bens entre eles. Poucos dias depois, ajuntando todos os seus haveres, o filho mais jovem partiu para uma região longínqua e ali dissipou sua herança numa vida devassa. E gastou tudo. Sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar   privações.
 Foi, então, empregar-se com um dos homens daquela região, que o mandou para seus campos cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com as bolotas que os porcos     comiam, mas ninguém lhas dava. E caindo em si, disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui,  morrendo de fome! Vou-me embora, procurar o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o  Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus   empregados’.
 Partiu, então, e foi ao encontro de seu pai. Ele estava ainda ao longe, quando seu pai  viu-o, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de     beijos. O filho, então, disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno  de ser chamado teu filho’.  Mas o pai disse aos seus servos: ‘Ide depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o com   ela, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos, pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido  e foi reencontrado!’
 E começaram a festejar. Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltava, já perto de casa ouviu músicas e danças. Chamando um servo, perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe disse: ‘É teu irmão que voltou e teu pai matou o novilho cevado, porque o recuperou com   saúde’. Então ele ficou com muita raiva e não queria entrar. Seu pai saiu para  suplicar-lhe. Ele, porém, respondeu a seu pai: ‘Há tantos anos que te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um cabrito para festejar com meus amigos. Contudo, veio esse teu filho que devorou teus bens com prostitutas, e para ele matas o     novilho cevado!’ Mas o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois esse teu irmão estava morto e tornou     a viver; ele estava perdido e foi reencontrado!’»
                                                                   Lucas 15, 11-32



A parábola


     Esta é uma das mais importantes e abrangentes parábola do Novo Testamento.  Apresenta-se uma versão da expulsão de Adão do Paraíso, vista pelos olhos de um  evangelista — Lucas — não comprometido com a cultura judaica e com o Deus Terrível de Moisés. Uma adaptação da passagem de Adão à nova aliança de Jesus com um Deus Pai, Bom e Compreensivo, que compreende o caminho evolutivo tomado por seu Filho, e que o espera e recebe-o de volta de braços abertos! Este é bem um ensinamento de Jesus! Só poderia ter sido transcrito por Lucas, por isso que esta parábola é exclusiva deste Evangelho, não havendo referencia a ela em nenhum dos outros. Tal fato vem corroborar a atual interpretação, que passaremos agora a analisar passo a passo. Trata-se da representação do processo evolutivo pelo qual nós estamos passando neste   eon. Mostra a passagem do Ser de um reino a outro reino, de um reino do tipo sub-hominalpara o reino hominal. Esta passagem é caracterizada pelo processo evolutivo, no qual o Ser passa de um estado de harmonia com o Todo, no qual não tem consciência disto, para um estado no qual estará em harmonia com este mesmo Todo, porém conscientemente.

A casa do Pai


     A parábola começa mostrando que na Casa do Pai, a mônada espiritual vivia em harmonia,  sem necessidade de prover sua subsistência da mesma forma que Adão no Paraíso! Aqui a   mônada é o filho de um Pai que lhe é semelhante. Somos emanações da Divindade. O Filho  na casa do Pai é semelhante a esse pai e guarda em si as potencialidades Dele. A tendência  evolutiva normal do filho é crescer e se identificar com este Pai.

O despertar


     Um dia, em um dos filhos (não em todos), desperta o desejo do conhecimento; de tornar-se consciente de sua situação, de suas necessidades, de sua evolução, de conhecer     da árvore do Bem e do Mal! Este pede ao Pai a sua Vida, para que, usando-a, adquira essa     consciência.

Pedindo a Vida


     As traduções da Vulgata interpretam este pedido como "herança", dando uma conotação  material no pedido do filho. No texto original grego, do evangelho de Lucas, o que o filho  pede ao pai é ousia (do verbo ienai que significa "ser"), parte do ser. Logo adiante, quando   o pai divide os bens, a palavra é taxativa: bios o que o filho pede verdadeiramente ao pai é a  Vida! Ou, numa interpretação mais atual, o Self.

Consessão


     O Pai concede sua parte da Vida, para que faça dela o que em sua consciência lhe   aprouver. Para que a use para o bem e para o mal, para a harmonia e para a desarmonia,     para que pelo seu sofrimento, malbaratando sua vida, chegue um dia à conclusão de que a     vontade da Casa do Pai é realmente a sua vontade. Para que possa um dia dizer "Eu e o Pai     somo um"!

Identificação


     Assim o Filho parte da casa do pai para vivenciar este eon da sua evolução, que é   essencialmente o período evolutivo pelo qual todos nós estamos passando. Neste eon a     Humanidade caminha para conscientemente participar da Harmonia da Casa do Pai. Saindo     de casa do Pai de posse da Vida (ou Self), penetra no mundo da satisfação dos sentidos.     Afastando-se cada vez mais do Todo e identificando-se cada vez mais com seu ego, com a     sua persona. Assim gasta toda a sua vida, vindo a passar privações — porque sobreveio     uma grande fome. Situação inevitável neste caminho descendente.

A descida


     Estando já de posse da Persona, senhor da sua identidade e no máximo do seu egoísmo, ao   invés de retornar à casa do Pai, busca encontrar o caminho por seus próprios meios, tornando-se empregado dos homens da região do mundo, os quais, por sua vez, o designam  para cuidar de porcos imundos.

 

 

 

 

Tomada de consciência


     Nesta situação de máxima degradação, busca "encher seu estômago" (esta é a expressão da   parábola) com as vagens que eram dadas aos porcos. Essa associação com estes homens   nem mesmo enchia sua barriga. Não busca aplacar a fome, mas encher o estômago, como   alguém que ainda está identificando a si mesmo como o seu ser material. Esta é a     degradação final do Ser que desceu ao fundo do poço de identificação com a matéria.     Associa-se a Lúcifer (porta luz), que é o homem dessa região. Este pode ser identificado     com nossa fase de materialismo, de excessiva auto-confiança, de crença cega na ciência e     na tecnologia. Que tem tentado encher a barriga do homem sem jamais aplacar a sua fome.     Neste momento, "voltou-se para dentro de si" (a citação é literalmente esta) e disse:     "quantos empregados de meu Pai têm pão com fartura, e eu aqui passando fome! Vou     embora procurar meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno     de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teu empregados". Este é o grande     momento da parábola, onde o Filho Pródigo compreende que o caminho para a sua     felicidade está dentro de si. Que é por dentro de si que vai poder retornar à paz e à     harmonia da Casa do Pai.

O verdadeiro despertar


     É o despertar, após um atroz sofrimento. Este verdadeiro despertar vem aqui acompanhado  de um sentimento puro, de dentro do coração, que pede perdão, que sabe que pecou  contra o céu e contra o pai, e que humildemente não se julga mais digno de ser o filho, mas um empregado. Não tem nada mais a ver com qualquer busca de satisfação ou de     realizações mundanas.

O retorno

     "Partiu ao encontro do Pai!" "Ainda estava longe, quando o Pai o viu, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos". O pai o identifica à volta desde o momento inicial, mas o Filho Pródigo não está visível desde o inicio da     jornada de volta. O Pai o vê ainda que muito longe! Enche-se de compaixão, lança-se-lhe     ao pescoço, transmitindo-lhe o poder do verbo pela ativação do plexo laríngeo, para que     possa, a partir daí, ter o poder de construir pela palavra. Aqui há uma analogia com o     momento da entrada da era de Aquário, onde tem início o poder da palavra falada.     Cobrindo-o de beijos, devolve-lhe a Vida que lhe faltava, por compaixão!

A recepção


     O pai diz aos servos: ide depressa, trazei a melhor túnica e vesti-o com ela; ponde-lhe um  anel no dedo e sandálias nos pés. O pai então manda que a natureza (seus servos) o vistam com a melhor túnica, para que tenha a melhor vestimenta que este mundo lhe pode dar. Que lhe coloquem no dedo um anel, uma aliança que sele o matrimônio (que se formou na    aventura) do Ego com o Eu maior. Sandálias, para que seja elevado além das coisas deste  mundo de onde veio. Que matem um novilho — encerrem a era de Touro, Era do Deus terrível! Festejemos todos esta evolução!

O filho mais velho


     O filho mais velho só identifica a festa de muito perto, mostrando como são pequenos seus   recursos. Chamando um servo, este lhe conta o retorno do irmão e a festa do pai. É um   servo do pai, a própria natureza, que honestamente lhe expõe no que ficou. "Não queria entrar e o pai saiu para suplicar-lhe". Mostrando que nunca fez distinção entre os filhos. — "Há tantos anos que te sirvo e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um carneiro para festejar com meus amigos. Veio teu filho, que devorou teus bens com prostitutas e para ele matas o novilho cevado!" Pede um carneiro (Aries), não um     novilho, e se justifica por ter cumprido a Justiça, ciclo que antecede a Era de Peixes, na qual     o filho mais velho não havia sequer entrado. O Pai não pode matar o carneiro, porque isso     destruiria a oportunidade evolutiva deste filho, pois que todos convivem em 3 eras. Hoje     entramos em Aquário (Universalidade) — poucos o percebem — e ainda vivenciamos     Peixes (Amor), e poucos saímos de Aries (Justiça). Quando nos tornarmos Filhos Pródigos     poderemos matar o Touro.  O interessante deste diálogo é que o Filho mais velho não mais se identifica como irmão do Pródigo, e se refere a ele como "teu filho". Entende a diferença que se efetuou apenas como ligada ao desperdício dos bens com prostitutas, confundindo todo o processo de  crescimento evolutivo com a simples sexualidade.

Exortação


     O pai termina a exortação ao filho dizendo: "Teu irmão estava perdido e foi achado, estava morto e viveu!". De novo o pai afirma "teu irmão", não negando a oportunidade de desenvolvimento àquele que ficou. Estava morto e viveu — descobriu a vida eterna  (Imanente), à qual tantas e tantas vezes Jesus se refere em seus sermões.

Somos filhos pródigos


     Podemos entender como somos filhos pródigos em variados estágios da caminhada, uns mais adiante, outros mais próximos, mesmo os que inocentemente não saíram da casa do Pai, todos irmanados.     Que Deus possa breve me avistar na minha caminhada de volta!


Sem Julgá-lo

                              Rezo, cada vez mais,
                               pela conversão
                               do irmão
                               do filho pródigo.

                               Tenho no ouvido
                               o aviso impressionante:
                               "O primeiro
                               despertou
                               de sua vida de pecado.
                               O segundo
                               quando despertará
                               de sua virtude?"...




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